“E aquele zica lá, que aqui ria com nós, cadê?”



Meu nome é algum. Algum como zé bento. Aparecido. Assunto. Benedito. Mas d que me adiante nome. Me sou alguém. Como o choro de alguém que rasgou passagem pra vida.Ou a menina que chineleia com livros malha fria e cachos crespos arranhando um céu sem nuvens a caminho da universidade verde com paredes estreitas, frias sufocantes e repletas de moldes ( Dizem que quem encosta morre). Ou O velho bigodudo  que trava a barriga debaixo dum Ford Fusion (Quem dirige fez por merecer) 2007 numa confusão de cheiro de óleo e suor de três dias impregnados numa blusa de vereador qualquer. Ou o boy engomado  num escritório cinza, de terno giz, de frente pra uma tela excel com dedos rápidos e pensamento na festinha com caipirosca num barzinho da rua da aurora. Alguém me sou com jeitos.
Travudos. Frios. Talvez daquele negócio de Touros. Chorão? De que me vale?
Jeitoso sou d (a)lugar algum. Fui um meninico ( e como dói identificar aquela secura toda na lembrança) do sertão dali. Ali em Sipaúba. Umas perebas na canela direita. Cabelo lavado com sabão neutro. Carreira pra impulsionar um chute no pé de jurema. Eu e meus irmãos. 3. Outros alguns. Nessas carreiras fomos se criando. Dois pedreiros um pedraria de bar e eu dei por fazer uma outra carreira (já  de pentei crescido) pra longe dali. Ninguém me mandou. Queria conhecer gente. Gente de verdade. Maionese com coca. A voz do substituto de chacrinha. O violão q grita sem sanfona. Saí. A pé. Carro. Burléia. Dali a pouco o nariz sangrava de secura no centro-oeste. Mais um tanto tava li na estranheza da cidade cinza. Cochilando por trás de caixotes plásticos de feira comendo tomate pisado por mulheres de vestidinho preto e branco. Dormindo com o resto do que foi uma toalha do ratinho estrangeiro no canto daquele paredão pintado que passava os carros por cima. Pedia uns tapa buraco de estômago e sobrevivi até acharem se a mim e ficando eu um tempo num casarão de tantos bentos assuntos como eu, trancafiei me mudo com medo dos tabefes dos que diziam olhando a quem era eu sou: O queima rosca, Cabeção dánel, a meninota.
Me sou Suzane. Augusta. Martha. Mas d que me adiante nome.
De me ter feito cursos posso morandiando em casas médias de pequenos muros.
Barba feita. Sapato esporte-fino. Soube lá, um dia – ainda mudo- de sujeitos d Sipaúba. Perguntei pois duns conhecimentos .. matutin. Criei afeto por tais. Fui Suzane me sou. Matutin. Enveergonhada q só.
o sujeito gente fina lá da seca das paredes de argila e cabaça p brincar rolava por aqui numas de fazê versos de briga e dores. Sotaque já paulistano. Jurava ter todo o vocabulário engolido goela a todos os lados.Eu tava fui sendo cílios, manchas verdes acima dos olhos. Perfeitas pontas retanguladas e brilhantes nas unhas. Uma finura de palito abaixo dos pés e uma bolsa camuflando o estilete, o passe e os contos d reais poucos que ganhava quando as crianças ficavam na janela procurando estrela.
Cidade cinza. Rua augusta, eu era sou augusta, suzane. Ele me entendeu assim. Não me amou. É sujeito gente fina macho. Mas foi mensageiro gente fina. Trazia cada ano que se vivia um taco d notícia dos meus não eram são. Painho  de palmos abaixo Nossa senhora Milícia da Imaculada tomou conta. Alguns casou. Os meninico que eu ensinava soletrar b-obó-l-alá tudo d curiação. Esses dias, decidi não empalitar os solados dos pés. Sendo que sou senhoria, dediquei tempo que resta a costuras avulsas e maricotagem na janela. O sujeito me chegou com o cantarolado de um versista q ele ouve. Parecia um convite. Mas me veja se tem cabimento? Voltar eu pras terras de mainha, pra dizer que conheci gente, comida de lanchonete Donald’s, fui enjaulado e desenjaulado, e acabei por vestir saia.. volto não. Matutin... o dizê nem é esse.
Eu sei quem eu sou. Tenho receio não, fui assim que vivi e me vi sou: Suzane. 1,65 com coxa e bunda redonda e bonita. Nariz pequeno. Voz bonita. Pra ela, serei dúvida até nossa Senhora cuidar de seus olhos miúdos.
Mandei recado lá p o sujeito p que ele parasse de enfiar refrão de música em minha cabeça pq desandei a cantar “Mal posso esperar o dia de ver você
Voltando pra gente
Sua voz avisar, o portão bater
Acende de um riso contente
Vai ser tão bom, tipo São João
Vai ser tão bom, que nem reveillon
Vai ser tão bom, Cosme e Damião
Vai ser tão bom, bom, bom, bom”

Nem guento pensar.


AO TERMINAR A LEITURA ACESSE ESSE LINK E OUÇA A MÚSICA:

Share this:

JOIN CONVERSATION

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário