Os gritos que queria dar de casa à rua.





Estou com raiva.
Estou com raiva de mim.
Estou com raiva porque quero voar.
Estou com raiva porque quero morrer.
Estou com raiva porque quero colo.
Estou com raiva porque quero falar e ser só ouvida DE VERDADE, não só escutava.
Estou com raiva porque pra matar a possível dose de amor por uma mulher
                           Dei pra um homem.
                           Dei pra dá prazer. Não prazerei.
                          Como não foi prazeroso os 8 anos de estupro também.. aqueles lá trás.
                          Fui machista, quis quebrar a beleza do sentimento com o uso de mim.
                                                           Porque todos me usam.
                                                           Sou boa pra tudo.
                                                           Boa ouvinte.
                                                           Boa cuidadora.
                                                           Boa doceira.
                                                           Boa cameira.
Não sou boa em ser quista.
Não sou boa em ser amada.
Não sou boa em segurar filhos no útero merda daqui.
Não sou boa em chorar as percas de meus filhos que de sustos já são tão desejados.


Um dia desses, pari.
Foi sem querer.
Estava só.
O resto daquela que amo. Pronto, amo.

Mas, eu queria era que minha roommate esteve comigo.
Que minha mãe do coração esteve comigo.

Como foram ruins e silênciosos aquelas tantas horas de balão.

Me prometeram o choro, mas ganhei mais silêncio. Mesmo tendo sido disciplinada o suficiente pra não dar trabalho a ninguém.


Não chorei.
Não contei pra quem eu queria contar.
Ninguém quis dividir essa dor comigo.
Ninguém chorou comigo.



Ainda não posso fazer tudo.
Mas tudo que eu queria era desabar num colo que me pudesse me ouvir.
Como o meu já foi de tanta gente.
Sim. Eu sou egoísta quando penso que quero o carinho recíproco.
O cuidado recíproco.







O silêncio é meu veneno.
Me calando, me podando e não mais ouvindo... as pessoas me matam.
Sou um doce e a cada dose de mudez meu mundo, meus olhos, meu corpo, meu útero ferido açucara.

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