Por mim.





Desnasce nĂ³ de meu peito perante as rugas que aparento ver..
Tenho sintomas de gentes como tantas outras. Choro nos romances, drama de mulherzinha, rezas na madrugada, dias de Amélia e até síndrome de dondoca.
Mas minha alma nĂ£o cabe dentro de padrões outros e os sonhos sĂ£o guardados a sete caixas. Caixas sim! Chaves de  caixas tapam, escondem.
Meus sonhos sĂ£o como sabonetes. Cheirosos, enfeitados, graciosos e longe longe longe.. AtĂ© corro e me aproximo mas parece que tais sabonetizinhos sĂ£o para quem pega fogo... dĂ¡r-se uma polvorazinha  de esperança e eles somem.
Calam. NĂ£o gritam. E se eu falasse de toda minha fome!? Aiai.. É uma senhoria rechonchuda fome de vida lotada de sons cor e cheiros que Ă s vezes acho que sou tv.
Toda cheia de dejeitos, propagandas, ario tudo com seriedade e limpo os cantos de mim com brincadeiras.. É um Expressões apropriadas para a cena a seguir. AtĂ© parece que nĂ£o tĂ´ em mim e sim, exatamente na bolinha do olho do outro concentrada em mim. Houve Ă©poca em que eu nem sabia o que se chamava olhar do outro: parecia um amontoado de palavras de enfeites. DaĂ­ veio um tratado do reino do universo e disse “ – De agora em diante, ame! Com todo o seu estĂ´mago (lascado) e se vire pra aguentar sem desnascer!” Posso eu dizer mais nada com uma ordem dessas. Desde entĂ£o fico tentando aprender a tal tarefa difĂ­cil ... quem disse que consigo? É tanto olho e boca dizendo um assim-assado e quem o olho e a boca procuro nas minhas infindas cenas e caixas e .. ah! Esse nunca mais acho.
Diante desse espelho, nasço ao perceber que ele ( o espelho) é velho e marcado.

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1 comentĂ¡rios:

  1. Tudo mais que a realidade. Menos complicado ler o outro que a nos mesmos. Dai a vida q nascemos, o desafio de desvendar esse enigma prima que somos todos. Milah B.

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