H á, mero susto de um passado. Mero caso de descaso.

" Pois é ! Fica o dito e redito por não dito!"

Como podes?
Provar de meu fruto raro,
Brincar de estúpido sentido de agrados e promessas
(quase nenhuma cumprida)
Deitar-se a peito nu sobre minhas costas largas e atingidas..
Línguares meu ouvir e depois mentir?

Como podes?
Nossa estrada foi turva, bem sei.
Te doei dores porém, muito além, amores ardentes de escrever e pensar.
Te abri caminho para o não trancafiar as esmolas que esse mundo sujo não te dá
mas deixa na vitrine para que tua sede de burguesia aumente.
No entanto, o que negas, eis.

Me acusas de ser teu mal.
Tuas dores partem de mim ou de algo que te entreguei para que pudesses usufruir.. não é assim que dizes?
colocas tachinhas em minha alegria, limita meu dizer sobre minha vida
Corta minhas piadas para discursar teu drama.
São tuas as dores.

Se te faço e remonto é por amar-te além das qualidades.
Amo teus defeitos.
Mas grandes amores são suicídio.
Mata-me a cada agulha trinchando meu seio com tuas palavras que ditam quem sou sob teu olhar.
Nem ao menos tiveste o trabalho de procurar me conhecer.
Minha incógnita não te atiça.

Dizes de uma ligação,
Quando o que temos é dispersão.
Passei do interessante, muito rapidamente para interessada e logo para o resto do fim de feira.
Somos a carência que os outros nos transmitem.
Somos a dor que não atamos em nós.

Mas se tenho consciência que me engano.
Afirmo, convicta, que és o que fizeste para mim.
Que nada mais sentes do que eu já senti.

Do teu corpo, só desejei o beijo e o carinho fraterno.
Na desesperança dos lábios habituei-me a uma pueril fraternidade que nunca existiu.
Delirei de febre e nem te responsabilizas pelo calor.

O que te tenho é mágoa que acumulo e converto em sorrisos
Pois te quero bem apesar de todo o bem
Pois te quero ver bem mais que feliz
Para que eu também siga.
Para que não sinta a dor de você nunca se importar.

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